Vereadores querem devolver salários

Manaus – Vereadores da base de apoio ao prefeito Amazonino Mendes (PTB) anunciaram, ontem, que vão propor, na próxima segunda-feira, no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM) que todos os vereadores devolvam aos cofres do Poder Legislativo municipal o salário referente ao mês de fevereiro. O líder do prefeito, vereador Leonel Feitoza (PSDB), incumbido de apresentar a proposta, vai argumentar que neste mês os parlamentares não apresentaram trabalho que justifique o pagamento de salário.

O anúncio da medida foi feito ontem, em entrevista coletiva no gabinete de Feitoza, com a presença do vice-líder do prefeito, Homero de Miranda Leão (PHS), e dos vereadores Wilker Barreto (PHS), Glória Carrate (PMN) e Luís Mitoso (PV). “Nada foi feito pela cidade, nada demos em troca para a sociedade. Me sinto envergonhado, porque recebemos R$ 7 mil de salário e não fizemos nada pela cidade”, disse Feitoza.

De acordo com o líder, os temas importantes para a cidade foram postos de lado e substituídos “por picuinhas” por alguns vereadores. “O que estão fazendo na Câmara Municipal é politicagem, um tipo de política mais rasteira e hipócrita que existe”, disse Feitoza.

Como exemplo, ele citou o pedido de impeachment do prefeito Amazonino Mendes, prometido pelo vereador Joaquim Lucena (PSB) para ser apresentado hoje. “O vereador Joaquim Lucena quer antecipar o carnaval. Ele faz parte do bloco do ‘quanto pior melhor’, que só prega a desgraça, o apocalipse”, afirmou o líder do prefeito.

Os vereadores da base também vão propor ao presidente da CMM, Isaac Tayah (PTB) uma “agenda positiva” para a cidade. “Temos muitos temas, como o combate à dengue, o transporte coletivo, a retirada de pessoas das áreas de risco, então queremos fazer uma agenda para trazer esses temas ao parlamento”, disse o vereador Wilker Barreto.

Entre os temas discutidos na CMM neste primeiro mês de trabalho, os vereadores levaram ao plenário discussões como a falta de água em alguns bairros de Manaus, a licitação do transporte coletivo, as denúncias contra a empresa Emparsanco e, por último, o atrito do prefeito Amazonino Mendes com uma moradora da comunidade Santa Marta, na zona norte.

Outro lado

O vereador Joaquim Lucena (PSB) afirmou que não se surpreende com a ofensiva dos vereadores porque eles estão a serviço do prefeito e disse que o líder não tem credibilidade para lhe criticar. “O Leonel Feitoza já foi líder de vários prefeitos e não tem credibilidade, porque vive pulando de galho em galho”.

Segundo Lucena, o pedido de impeachment está baseado no Artigo 81 da Lei Orgânica do Município. “Nós sabemos separar o trabalho do carnaval. Eles é que querem inventar coisas para desviar a atenção dos temas que estão sendo discutidos na CMM”.

Para aprovar o pedido de impeachment e instalação de comissão processante, é necessária a maioria absoluta (20) dos votos. Caso a comissão aprove o pedido, o relatório vai a plenário, onde são necessários 27 votos para cassar o mandato do prefeito.

A reportagem tentou sem sucesso ouvir o presidente da CMM, Isaac Tayah, e o vice, Marcel Alexandre (PMDB).

Fonte: D24am.com

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