Vereadores de Belo Horizonte já pensam em voar mais alto

Enquanto 16 miram a Assembleia, cinco vão buscar a Câmara e um, o Senado

Nas eleições do ano que vem, não estarão em jogo as vagas para o Parlamento municipal. Mesmo assim, o resultado da disputa poderá provocar uma dança das cadeiras na Câmara de vereadores de Belo Horizonte. A perspectiva leva em conta o fato de que mais da metade dos parlamentares da capital já começaram a articular milionárias campanhas para deputado federal, estadual e até para o Senado.

Segundo levantamento feito pela reportagem, 22 dos 41 vereadores devem assumir novas candidaturas no próximo ano e abandonar o mandato atual pela metade. Nessa lista, 16 são prováveis candidatos a deputado estadual, cinco a federal e um tentará eleger-se senador.

Sem nada a perder, já que a legislação eleitoral permite o retorno à Câmara Municipal em caso de fracasso nas urnas, os vereadores que vão se candidatar estão se mobilizando na tentativa de montar chapas com chance real de triunfo. Alguns estão empolgados com a votação obtida em 2008. Outros vislumbram uma conjuntura favorável no partido. E há ainda aqueles que, diante da improbabilidade, só entrarão na disputa com o objetivo de puxar votos para a legenda.

Estratégia. Dentro do PT, por exemplo, a orientação é estimular o maior número possível de vereadores para que saiam candidatos a deputado e fortaleçam o palanque da pré-candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff em Minas.

Dos seis vereadores petistas, quatro são pré-candidatos assumidos. Entre eles, o líder do governo na Casa, Paulo Lamac. “Vejo que o momento é oportuno para a nossa candidatura. O PT vai entrar de sola na campanha do ano que vem. Tanto para presidente quanto para governador”, analisou.

Lamac trabalha para herdar os votos do ex-deputado Roberto Carvalho, eleito vice-prefeito da capital na chapa de Marcio Lacerda (PSB).

Essa antecipação da briga por votos na Casa tem animado os suplentes. Na esperança de garantir pelo menos dois anos de mandato, vários deles acabarão virando cabos eleitorais de luxo em 2010. Nesse grupo, está o ex-vereador Tarcísio Caixeta, primeiro suplente do PT, em compasso de espera junto com Neila Batista e Vinícius Dantas.

Também de olho em uma vaga na Assembleia de Minas, o primeiro vice-presidente da Câmara, Wellington Magalhães, aposta todas as fichas nos padrinhos políticos para se eleger pelo modesto PMN. Magalhães deve fazer dobradinha com o deputado estadual Dimas Fabiano (PP), que vai tentar conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Fabiano é filho do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, suspeito de integrar um esquema de doação ilegal a partidos em 2006. O primeiro suplente do vereador é o advogado Daniel Nepomuceno, filho do desembargador José Nepomuceno.

Fonte: O Tempo. (www.otempo.com.br)

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