Para alegria de meia centena de suplentes de vereador que lotaram as galerias do Senado, a Casa aprovou ontem emenda à Constituição que reduz o percentual de repasse de recursos dos Executivos para as câmaras municipais. Na prática, a medida abre caminho para a promulgação de outra emenda, a que aumenta em 7.343 o número de vereadores pelo paÃs – 448 deles no Rio Grande do Sul.
A emenda foi aprovada ontem em dois turnos de votação pelo plenário do Senado, antes de seguir para apreciação da Câmara. No primeiro turno, foram 62 votos a favor e apenas quatro contra. No segundo turno, 56 senadores votaram a favor e seis contra.
A votação se deu depois de muita pressão dos suplentes, que há meses transitam pelos corredores do Senado fazendo lobby a favor da proposta.
A aprovação da redução de gastos das câmaras de vereadores permite que os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), promulguem a emenda que aumenta o número de vereadores. O imbróglio começou no fim do ano passado, quando o Senado aprovou a emenda que aumenta em mais de 7 mil o número de vagas de vereadores em todo o paÃs, mas retirou do texto a limitação de gastos das câmaras.
Indignado, o então presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), recusou-se a promulgar a emenda, conhecida como PEC dos Vereadores. Foi feito, então, um acordo que previa a promulgação da emenda com o aumento do número de vereadores, assim que o Senado aprovasse a limitação de gastos das câmaras municipais.
Texto votado prevê redução inferior à proposta inicial
Em relação à atual Constituição, a emenda aprovada hoje reduz o percentual de gastos para todas as câmaras de vereadores. Na versão original da emenda, aprovada no dia 6 de maio na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, os percentuais de redução eram maiores do que os aprovados hoje.
Na semana passada, a CCJ mudou a emenda e aprovou percentuais “mais generosos†para as câmaras, que foram ratificados hoje pelo plenário do Senado. Não há data para que a Câmara aprecie a decisão dos senadores.
 Fonte: Zero Hora