A subseção regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Câmara de Vereadores de Rio do Sul travam uma queda-de-braço. Desde que o Legislativo aprovou o projeto de lei que criou o 13º salário para os parlamentares, em junho do ano passado, a entidade que reúne cerca de 400 advogados no Alto Vale cobra a revogação da proposta.
Para a instituição, a concessão do benefÃcio contraria a Constituição Federal e afronta o princÃpio da moralidade. Os vereadores se defendem com a justificativa de que a decisão é legal, tanto que foi tomada em outras cidades do Estado, como Joinville.
Na interpretação da OAB, a Constituição determina a remuneração dos detentores de mandato eletivo em salário fixo, sem acréscimo de qualquer gratificação ou abono. Além disso, a entidade sustenta que o valor dos salários dos parlamentares supera o máximo previsto em lei.
Em municÃpios com população entre 51 mil e 100 mil habitantes, o subsÃdio máximo dos vereadores corresponde a 40% da remuneração dos deputados estaduais.
Quando a lei foi criada, o salário dos deputados era de R$ 12.384,07. Considerando que os subsÃdio dos vereadores em Rio do Sul é de R$ 4.880, a soma dos 12 salários mais o benefÃcio ultrapassaria o teto constitucional, na avaliação da OAB. A Câmara, no entanto, entende que o auxÃlio-moradia pago aos deputados, no valor de R$ 2.250, também faz parte do salário, por isso, o teto seria mais alto.
O 13º salário ainda não foi pago aos 10 vereadores da cidade. Como a lei foi criada na gestão anterior, o benefÃcio seria concedido, pela primeira vez, no final deste ano. A OAB promete entrar na Justiça para impedir que isso ocorra.
A OAB encaminhou uma carta aos vereadores de Rio do Sul no inÃcio do mês pedindo a anulação da lei e não havia recebido resposta oficial até a última sexta-feira. A entidade, tem abrangência nos 29 municÃpios do Alto Vale, e quer impedir a concessão do 13º salário em todas as Câmaras que criaram o benefÃcio.
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Fonte: A NotÃcia