No papel, assistencialismo é proibido

pedirNão há lei que proíba qualquer pessoa – incluindo um vereador – de doar alguma coisa para outra. O que não significa que algumas regras não tenham de ser respeitadas. Qualquer colaboração pode ser considerada irregular quando caracteriza compra de voto. Em período eleitoral, segundo o artigo 299 do Código Eleitoral, o gesto é considerado crime.

Longe de eleições, o assistencialismo não é ilegal, mas pode resultar em algum tipo de investigação de abuso de poder econômico ou político. Comprovadas, tais condutas podem tornar o político inelegível ou mesmo levar à cassação de mandato, dependendo das circunstâncias. Se usar dinheiro público em suas doações, o vereador pode ainda ser acusado de improbidade administrativa.

Na tentativa de não dar margem para especulações, a mesa diretora da Câmara de Joinville proíbe o assistencialismo, o que, na prática, não impede o entra-e-sai nos gabinetes. O presidente Sandro Silva (PPS) estuda a criação do Balcão da Cidadania, que deve oferecer serviços como a retirada de segunda via de documentos, outro pedido realizado com alguma frequência aos vereadores. “A proposta, na prática, é direcionar os pedidos”, explica.

A ideia é vista com bons olhos pelos outros vereadores, que são cautelosos quando falam em doações. Poucos admitem que tiram dinheiro do bolso. Muitos fogem do contato, atribuindo a assessores o papel de atender e encaminhar os pedintes, que nem sempre gostam da resposta. “É normal ver gente descontrolada quando ouve ‘não’”, conta uma assessora.

Fonte: Clicrbs.com

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