Câmara de Vereadores sente efeitos da queda no repasse de verbas

Buraco no teto, goteiras, iminência de desabamento. Com R$ 1,7 milhão a menos em seus cofres desde janeiro, a Câmara Municipal de Fortaleza acumula problemas de infra-estrutura na sede

 

Um buraco no forro do teto de dimensões consideráveis e outra parte prestes a desabar. Servidores desestimulados e temerosos com a real possibilidade de não receber reajuste salarial neste ano. Seja na parte estrutural, seja no setor de recursos humanos, a Câmara Municipal já começa a apresentar os primeiros efeitos da queda no repasse de verbas oriundas da Prefeitura de Fortaleza.

Desde janeiro que a prefeita Luizianne Lins (PT) transfere para o Legislativo um valor inferior ao previsto. Ao todo, a Câmara já acumula perdas de R$ 1,7 milhão. Para 2009, o percentual estimado era de 2,52% do Orçamento, o que equivale a quase R$ 86 milhões, valor que pode diminuir, caso o Executivo confirme o contingenciamento de até 12% dos gastos previstos, como já anunciado.

Uma rápida passagem pelos corredores do legislativo municipal é suficiente para perceber que a precariedade. Uma das entradas da presidência chegou a ser interditada devido ao perigo iminente de desabamento. Em uma parte do teto, existe até um buraco com cerca de dois metros de diâmetro. Efeitos diretos da chuva que, segundo alguns vereadores, revelam a necessidade de uma reforma na Casa, inaugurada há quatro anos.

O 1º vice-presidente da Câmara, vereador José do Carmo (PSL), confirma que o telhado está comprometido, mas que, por conta da queda no repasse, uma reforma a curto prazo torna-se praticamente impossível. “O desfalque é muito grande. Existem outras medidas que sinto que não estão sendo tomadas porque os recursos não estão dando para cobrir tudo.”

A crise nas finanças da Câmara já afeta também os gabinetes dos vereadores. Alguns já apresentam infiltração, como o do vereador Marcelo Mendes (PTC). Ele conta que na última segunda-feira não pôde nem ligar as luzes e o ar-condicionado de seu gabinete. “A Câmara não está tendo condições nem de fazer o seu informativo, porque não tem dinheiro para a gráfica”, reclama.

 

Fonte: O Povo Online.