O nÃvel de escolaridade dos vereadores eleitos no Grande ABC em outubro do ano passado para exercer mandato até 2012 é menor em comparação à legislatura anterior. Em 2008, último ano de mandato dos parlamentares que não conquistaram a reeleição, 50 (47,16%) dos 106 vereadores não tinham formação superior. A partir de 2009, esse número subiu para 60 (55,5%) de um total de 108 cadeiras – São Caetano e Diadema criaram mais uma vaga cada.
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Na opinião de especialistas consultados pelo Diário, o fenômeno é explicado pelo fato de o eleitor, em sua maioria, identificar-se com o candidato. Importante ressaltar que dos 130 milhões de eleitores brasileiros – dado do Tribunal Superior Eleitoral, referente a dezembro de 2008 – apenas 4,6 milhões (3,54%) conseguiram terminar uma faculdade.
‘PROXIMIDADE”
O cientista polÃtico Marco Antônio Carvalho Teixeira ressalta que ensino superior não é pré-requisito para a pessoa se candidatar a um cargo eletivo e muito menos a principal preocupação na hora da escolha do voto. “Tem a questão da representação. É mais fácil a pessoa votar em alguém que represente seu povo. Tem a ver com identidade”, aponta.
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Teixeira lembra ainda que a corrupção, considerada por ele o principal problema da polÃtica brasileira, geralmente envolve pessoas mais letradas.
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“A corrupção não poupa ninguém. Ao contrário, as pessoas mais envolvidas em escândalos são aquelas com maior nÃvel de instrução”, menciona.
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O cientista polÃtico Sávio Ximenes Hackradt também acredita que a população tende a votar em candidatos que estão “mais próximos dela”, especialmente no caso de vereadores, “mais perto das pessoas do que prefeitos, governadores ou deputados”.
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Fonte: Diário do Grande ABC